Por: Fábio Freire
Quando cursamos o ensino médio, a dúvida perdura pelos nossos pensamentos, enfrentar o vestibular é um desafio que causa ebulição nas nossas emoções. Será que consigo passar no vestibular? Vou trabalhar em quê? O que eu quero para minha vida? Será que estou escolhendo o curso certo? Vai ter mercado? Curso de engenharia, licenciatura, técnico ou tecnológico? E agora o que vai ser da minha vida? Perguntas como estas são frequentes no cotidiano dos futuros universitários.
Ingressar na universidade é um desafio que se inicia na escolha do curso (futura profissão do discente). É um momento muito importante nas nossas vidas, onde será decidido a formação e o tipo de qualificação que o profissional irá receber durante o curso de graduação. Escolha mal estruturada significa formação depreciada. Além, do tempo perdido na formação do curso dos seus sonhos.
O fator renda que significantemente nos perturbam na decisão, não deve ser o fator preponderante. Antes de tudo deve-se cursar a profissão que tiver mais afinidade, que esteja na alma. Afinal vai perdurar por toda a vida.
O ensino técnico ou ensino técnico-profissional constitui uma modalidade de ensino vocacional, orientada para a rápida integração do aluno no mercado de trabalho, com caraterísticas específicas que podem variar conforme o país e o seu sistema educativo. No Brasil, o ensino técnico é voltado para estudantes de ensino médio ou pessoas que já possuam este nível de instrução. Pode ser realizado por qualquer instituição de ensino com autorização prévia das secretarias estaduais de educação. Seria um nível intermediário entre o ensino médio e o ensino superior.
No Brasil, a licenciatura habilita seu titular a ser professor em escolas de ensino infantil, ensino fundamental e ensino médio. As Universidades do Brasil oferecem licenciaturas nas áreas de Física, Química, Psicologia, Letras, Biologia, Educação Física, Sociologia, Ciências Naturais, Português, Filosofia, Matemática, Geografia, História e Pedagogia. O licenciado, assim como o Bacharel, pode ser professor em universidades, na categoria de professor auxiliar, mas a atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação dificulta tal atividade uma vez que priorizam docentes com Mestrado, Doutorado, Pós Doutorado ou Livre Docência.
A engenharia é a ciência e a profissão de adquirir e de aplicar os conhecimentos matemáticos, técnicos e científicos na criação, aperfeiçoamento e implementação de utilidades, tais como materiais, estruturas, máquinas, aparelhos, sistemas ou processos, que realizem uma determinada função ou objetivo. Nos processos de criação, aperfeiçoamento e implementação, a engenharia conjuga os vários conhecimentos especializados no sentido de viabilizar as utilidades, tendo em conta a sociedade, a técnica, a economia e o meio ambiente. A engenharia é uma ciência bastante abrangente que engloba uma série de ramos mais especializados, cada qual com uma ênfase mais específica em determinados campos de aplicação e em determinados tipos de tecnologia.
No Brasil, tecnólogo é o profissional de nível superior formado em um curso superior de tecnologia. Essa modalidade de graduação visa formar profissionais para atender campos específicos do mercado de trabalho. Seu formato, portanto, é mais compacto, com duração média menor que a dos cursos de graduação tradicionais. Por ser um profissional de nível superior, os tecnólogos podem dar continuidade a seus estudos cursando a pós-graduação Stricto Sensu (Mestrado e Doutorado) e Lato Sensu (Especialização).
A designação atual da profissão foi estabelecida pelo Decreto 2.208 de 17 de abril de 1997 (revogado pelo Decreto 5.154 de 23 de julho de 2004). Entretanto, o formado em curso de graduação superior em tecnologia nem sempre é aceito em concursos públicos, como em algumas grandes empresas (Petrobras e seus fornecedores, por exemplo) ao exigirem bacharelado ou engenharia. Em muitos países os tecnologistas são sinônimos quando referenciados a cientistas ou a engenheiros. Em outros, porém, existe distinção estabelecida através de leis e apenas pessoas que tenham sido graduadas e/ou tenham trabalhado neste campo podem receber este título.
Eu poderia ter escolhido o curso de licenciatura, engenharia, bacharelado, curso técnico,... ou qualquer outra área do conhecimento..., mas mesmo sabendo a importância que cada uma exerce na sociedade, eu escolhi ser tecnólogo.
Em minha opinião ter o curso superior de tecnologia é está inserido em uma das principais respostas do setor educacional às necessidades e demandas da sociedade brasileira; uma vez que o progresso tecnológico vem causando profundas alterações nos modos de produção, na distribuição da força e na qualificação do trabalho.
Ser tecnólogo é aplicar a ciência inovando métodos; é estar capacitado para o desenvolvimento de competências profissionais que se traduzam na aplicação, no desenvolvimento (pesquisa aplicada e inovação tecnológica) e na difusão de tecnologias, na gestão de processos de produção de bens e serviços e na criação de condições para articular, mobilizar e colocar em ação conhecimentos, habilidades, valores e atitudes para responder, de forma original e criativa, com eficiência e eficácia, aos desafios e requerimentos do mundo do trabalho.
Ser tecnólogo é ampliar capacidades profissionais que permitam tanto a correta utilização e aplicação da tecnologia e o desenvolvimento de novas aplicações ou adaptação em novas situações profissionais, quanto o entendimento das implicações decorrentes de suas relações com o processo produtivo: a pessoa humana e a sociedade.
Ser tecnólogo é estabelecer uma avaliação prospectiva baseada no princípio da prevenção e que contemple, além dos aspectos técnicos e financeiros, a necessidade inadiável de superar a situação das desigualdades humanas e os processos de deteriorações do meio ambiente e da biodiversidade.
Ser tecnólogo é batalhar a favor do conhecimento, da pesquisa e da extensão, olhando sempre o progresso da humanidade e, entendendo que a competitividade contribui para o crescimento econômico da sociedade. Consequentemente, a competitividade é erigida em valor supremo da vida social, como se fosse uma lei da natureza imanente à espécie humana.
Ser tecnólogo é entender que ciência e tecnologia observam as importâncias da ética e são politicamente neutras. É não despir-se das posições sociais e dos valores da moralidade.
Ser tecnólogo é ter cidadania, amor ao próximo; é não cessar a esperança em tornar a humanidade feliz; é contribuir sem medir esforços com o crescimento social, cultural, afetivo, cognitivo e psicológico das outras pessoas; é buscar uma sociedade igualitária; é gostar de se sentir útil e ativo; é não querer levar vantagem em cima dos outros, entendendo que o universo é para todos.
Ser tecnólogo é perceber que as novas tecnologias apresentam diversos prós e contras com relação à sociedade. O tecnólogo não pode deixar de observar um lado sombrio e perverso que se esconde por trás deste maravilhoso avanço tecnológico, conhecendo o lado que contribui com a segregação do homem (a retirada do homem do processo).
Ser tecnólogo é olhar o ser humano como fruto da existência, fazendo-o a causa primeira, em todas as situações com espirito de coletividade. Além disso, é ser sincero consigo mesmo, nivelando as próprias ações como se fosse para si.
Só haverá benefícios em ser tecnólogo quando seus conhecimentos forem usados para elevar o nível de bem-estar coletivo e, assim combatendo as adversidades de suas populações.
Enfim, ser tecnólogo é ser feliz e fazer as pessoas também felizes, como diria o cientista Albert Einstein: “A palavra progresso não tem nenhum sentido enquanto ainda existirem crianças (pessoas) infelizes”. Seja também um tecnólogo...