Eletricidade

Eletricidade

Energia elétrica ou eletricidade é como se chamam os fenômenos em que estão envolvidas cargas elétricas. Ela pode ser gerada através de fontes renováveis de energia (a força das águas e dos ventos, o sol e a biomassa), ou não renováveis (combustíveis fósseis e nucleares). No Brasil, existem muitos rios. Portanto, a energia hidráulica é mais utilizada do que as outras. Mas também existem usinas termelétricas no País.

O processo de transformação da energia elétrica é parecido com o que fazia funcionar os moinhos de água. Durante muito tempo eles foram bastante utilizados para moer grãos. A água dos rios dava impulso as rodas d’água. Essas rodas, por sua vez, faziam girar as pás dos moinhos.

Nas hidroelétricas, a água dos rios, armazenada em reservatórios, faz girar enormes pás. Elas acionam grandes motores, chamados de turbinas, que são responsáveis pela geração de eletricidade. Este é um exemplo da transformação da energia hídrica em energia elétrica.

Ao ser gerada, a energia elétrica é conduzida por cabos até a subestação elevadora. Lá, transformadores elevam o valor da tensão elétrica (voltagem). Em alta voltagem, a eletricidade pode percorrer longas distâncias. Ao chegar próximo onde será consumida, a voltagem da energia é reduzida novamente, através de transformadores.

Os raios de uma tempestade, quando um deles cai sobre um animal, por exemplo, a descarga elétrica é tão forte que pode até mata-lo.

Eletricidade no Brasil

1879 – A eletricidade começou a ser usada no Brasil, na Europa e nos Estados Unidos, logo após o invento do Dínamo e da Lâmpada Elétrica. No mesmo ano, D. Pedro II inaugurou a iluminação da estrada de ferro.

1881 – A primeira iluminação externa pública do País foi inaugurada na atual Praça de República, em São Paulo.

1883 – Entrou em operação a primeira usina hidrelétrica do País, instalada na cidade de Diamantina, Minas Gerais. D. Pedro II inaugurou, na cidade de Campos, o primeiro serviço público municipal de iluminação elétrica do Brasil e da América do Sul.

1889 – Começou a funcionar a primeira hidrelétrica de grande porte no País, a Marmelos-Zero, da Companhia Mineira de Eletricidade.

1892 – Os bondes movidos à energia elétrica foram instalados de forma permanente no Rio de Janeiro.

1899 – Criação da São Paulo Light.


1903 – O primeiro texto de lei disciplinando o uso de energia elétrica no País foi aprovado pelo Congresso Nacional.

1908 – Entrou em operação a usina hidrelétrica Fontes Velha, a maior do Brasil e uma das maiores do mundo.

1937 – O presidente Getúlio Vargas inaugurou, no Rio de Janeiro, o primeiro trecho eletrificado da Estrada de Ferro da Central do Brasil.

1939 – O presidente Getúlio Vargas criou o Conselho Nacional de Águas e Energia (CNAE) para sanear os problemas de suprimento, regulamentação e tarifa referentes à indústria de energia elétrica do País.

1943 – Começaram a ser criadas várias empresas estaduais e federais como a Celg, Chesf, Cemig, Copel, Celesc, Cemat, Escelsa, Furnas, Coelba, Cemar, entre outras.

1952 – Criado o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) para atuar nas áreas de energia e transporte.

1960 – Criação do Ministério das Minas e Energia.

1961 – Criação da Eletrobrás.

1963 – Começou a funcionar a usina de Furnas, permitindo interligação dos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.

1965 – Criado o Departamento Nacional de Águas e Energia, encarregado da regulamentação dos serviços de energia elétrica no País.

1979 – Compra da Light – Serviços de Eletricidade pelo Governo Federal.

1984 – Entrada em operação da usina de Itaipu, a maior hidrelétrica do mundo.

1985 – Criação do Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Energia Elétrica (Procel). Entrou em operação a Usina Termonuclear Angra I, primeira usina nuclear do Brasil.

1998 – O Mercado Atacadista de Energia Elétrica (MAE) foi regulamentado, consolidando a distinção entre as atividades de geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica. Foram estabelecidas as regras de organização do Operador Nacional do Sistema Elétrico (NOS), para substituir o Grupo Coordenador para Operação Interligada (GCOI).


Brasileiros descobrem que o ar pode gerar energia elétrica
Pesquisa da Unicamp revelou que umidade na atmosfera transmite cargas para metais
 


Os cientistas agora estão desenvolvendo as técnicas para capturar essa energia do ar
Um experimento realizado por cientistas brasileiros demonstrou que a água na atmosfera pode adquirir cargas elétricas e transferir energia para outros materiais. Com essa descoberta, os cientistas tentam agora desenvolver técnicas para coletar a eletricidade diretamente do ar, que seria utilizada para abastecer residências, fábricas e até veículos.

Durante muito tempo a ciência considerou que as gotículas de água na atmosfera eram eletricamente neutras. Para demonstrar o contrário, os pesquisadores do Instituto de Química da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) utilizaram partículas minúsculas de sílica e de fosfato de alumínio. A equipe descobriu que, na presença de alta umidade, a sílica se torna mais negativamente carregada, enquanto o fosfato de alumínio ganha carga positiva.
O nome que os cientistas deram para essa energia, segundo o coordenador do estudo, o professor Fernando Galembeck, foi “higroeletricidade”.
Com um dispositivo simples, conseguimos verificar que é possível gerar voltagem a partir da umidade do ar. Essa prova conceitual poderá abrir caminho, no futuro, para que se possa usar a eletricidade da atmosfera como uma fonte de energia alternativa. Mas ainda não podemos prever quanto tempo levará para desenvolver uma tecnologia desse tipo.
O pesquisador, que coordena o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) em Materiais Complexos Funcionais, apresentou os resultados do estudo na quarta-feira (25), durante a reunião da American Chemical Society (ACS), em Boston (EUA).
Segundo Galembeck, relatos experimentais do século 19 já consideravam esse fenômeno. No entanto, a ciência ainda não tinha conseguido descrever os mecanismos do acúmulo e da dissipação das cargas elétricas.
Mostramos que a adsorção (retenção) do vapor de água sobre superfícies de materiais isolantes ou de metais isolados – protegidos em um ambiente blindado e aterrado – leva à acumulação de cargas elétricas sobre o sólido, em uma intensidade que depende da umidade relativa do ar, da natureza da superfície usada e do tempo de exposição.
O grupo da Unicamp percebeu ainda que, além da sílica e do fosfato de alumínio, outros metais também podem adquirir carga.
Longo caminho para a tecnologia
Segundo Galembeck, há um longo caminho pela frente para que essa demonstração de conceito se transforme um dia em aplicações tecnológicas, como dispositivos que coletem a eletricidade do ar e a direcionem para equipamentos elétricos nas casas, de forma semelhante aos painéis que transformam a luz solar em energia.
De um ponto de vista conservador, eu diria que estamos mais ou menos no ponto em que a energia fotovoltaica estava no começo do século 20. Sabemos que hoje a energia solar tem algumas aplicações, mas a maior parte delas ainda tem alto custo. De uma perspectiva mais otimista, eu diria que o uso da higroeletricidade dependerá essencialmente do desenvolvimento de novos materiais, que é cada vez mais acelerado com os recursos da nanotecnologia.
No momento, os cientistas têm duas tarefas principais para fazer com que um dia a nova tecnologia se torne realidade: a identificação dos melhores materiais e a obtenção de dados para aperfeiçoar a técnica de captura da energia elétrica
Estamos agora trabalhando no levantamento de dados a partir dos materiais que sabemos que funcionam. Por enquanto, são materiais simples como alumínio, aço inox e latão cromado. Provavelmente, não serão esses os materiais usados nos dispositivos do futuro, mas o fundamental agora é fazer o levantamento de dados.
 Encontrado em: http://noticias.r7.com/tecnologia-e-ciencia/noticias/brasileiros-descobrem-que-o-ar-pode-gerar-energia-eletrica-20100827.html