quarta-feira, 24 de agosto de 2011

É PRECISO RECICLAR NOSSOS PENSAMENTOS PARA QUE POSSAMOS AGIR CORRETAMENTE.


 Por Fábio Freire

Um diálogo nesta última semana me fez refletir bastante. O comportamento humano era a pauta a ser debatida. O que leva o ser humano ser como ele é? Que valores influenciam e/ou determinam epistemologicamente a natureza do ser? Se agregam a determinados grupos e conceitos enquanto se afastam de outros. Lugares, pessoas, assuntos, comidas, cores, conceitos, nos agradam mais que outros. O mundo complexo do comportamento. Nada complicado hein!

Estávamos falando mais especificamente, sobre os valores que determinam e/ou influenciam os pensamentos, as emoções e principalmente as ações particulares do ser humano.
O problema se agrava bem mais quando entramos na esfera da corrupção seja ela política[1] (que nos saltam bem mais aos olhos) ou não: desvio de verbas, pagamentos indevidos, compras de apoios, suborno, superfaturamentos... É um desfilar que não acaba mais de improbidades. Safadeza, instinto, trapaça...

A corrupção está atrelada a politica de maneira que a politica hoje é vista como uma forma de governo. O fato é que politica rima com corrupção e, corrupção faz lembrar politica.
Mas o que leva o ser humano a agir assim? Têm-se todas as chances de agir de maneira ética, moral... com a conduta modular exemplar, respeitando princípios da humanidade, seja ela religiosa ou não, as normatizações...

Costumo falar que na vida tem uma batalha que vale a pena ser enfrentada sempre. É a luta pela a dignidade coletiva.

Para todo esse lamaçal que envolve os sistemas de governo pode-se tentar explicar embora não o justifique: é bem mais prático fazer caixa dois que trabalhar. Agora, o prático nem sempre é o certo. Falamos de ética, moral, amoral, imoral... Conduta proveniente de valores internos para um determinado fim. Agir fora do padrão tem um objetivo, sabe-se lá qual, mas tem. Mas é assim! Roubam, mentem, enganam...

Para o filósofo Mario Sérgio Cortella a ética é o conjunto de valores e princípios para decidir as três grandes questões da vida que são: o quero, o devo e o posso. O problema é que muitas coisas a gente quer, mas não pode, quando pode não deve e quando deve não quer. O tripé da ética é derrubado e um ponto, dois ou até os três ao mesmo tempo. Estamos em paz de espírito quando essas três condições são atendidas. Quando o que queremos é o que podemos e também é o que devemos fazer.

A ética vai se construindo com os valores e não existe ninguém sem ética. O politico que engana, o fiscal que frauda, o professor que não ensina, esses têm a ética fora da nossa ética ele é antiético, mas não existe ninguém sem ética.

Amoral é quando não se pode decidir, escolher e julgar, por exemplo, uma criança menor de idade, um idoso com patologia cerebral, uma pessoa considerada demente. A justiça denomina isso de incapaz.

Ser moral é quando existe a prática de uma ética. Diferenciando ética seria a concepção, ou seja, o princípio. Por exemplo: princípio ético - não pegar o que não me pertence. O comportamento moral é se eu roubo ou não. O princípio de ética traduz numa moral. Por outro lado o princípio ético seria não pegar o que não me pertence, enquanto o comportamento moral seria se eu roubo ou não. A moral é definida como a prática de uma ética.

Já o imoral depende da moral que se pratica e ela está na referência que se tem por traz do fato, da ação e da época, por exemplo, um beijo homossexual, depende muito de como o beijo é visto como conceito.
Enquanto a ética não é relativa, a moral é relativa. Carta dos direitos humanos é a ética universal – toda criança e idosos devem ser respeitadas. O conceito é absoluto.

Por outro lado o comportamento do ser humano está intrínseco também no normal e no natural. O que define o normal e o natural? Comportamento ético, moral, amoral, imoral... Que valores se têm para definir as ações?

Vamos às explicações: ser natural significa ser próprio da natureza. Por exemplo, algumas crianças nascem deformadas: cegas, com as cabeças unidas, um membro menor que o outro e até mesmo mortas. Se isto é natural, por outro lado não é normal, isto é, não segue o padrão, a norma. Normal vem de normalidade baseado na ideia de seguir um padrão.

Baseado no comportamental pode-se constatar que é natural o gato saltar sobre o rato e abatê-lo, o leão devorar um coelho, um touro atacar o toureiro provocador. Por que é natural? Porque seu comportamento segue o instinto. Então, no animal, o natural e o normal se identificam, porque seu comportamento tem por fundamento o instinto.

Transferindo para os humanos, o comportamento instintivo também é natural quando se revida fisicamente uma agressão. Isto é instinto. Mas no humano o agir instintivo, embora seja natural, não é normal. O agir humano alça-se a outra esfera, a moral ou ética.  

Daí que no humano, o normal é agir de acordo com as normas morais e éticas. Para tanto, quem age de forma diversa deverá ser corrigido, não fisicamente, mas moralmente, embora ainda existam outras formas, como castigos físicos, ou formas extremas, como a pena de morte.

E onde se inspirará o ser humano para estabelecer o comportamento normal, ético? Evidentemente que será no seu natural peculiar, que não é o instinto e sim a razão. O natural do homem é sua razão. Pela razão, escravizar o semelhante, embora instintivamente seja natural, é anormal. E como se faz para encontrar o normal no comportamento humano? É no autodescobrimento[2], na reflexão. O homem se descobriu humano não quando contemplou o universo, a terra, os seres que o rodeava, mas quando se flexionou sobre si mesmo.  Consciência de si e autoconhecimento foram atos instantâneos e primeiros do ser humano. A reflexão lhe deu a racionalidade.

Robert Wong o autor do livro “O sucesso está no equilíbrio” idealiza uma nova tradução para a famosa frase de Shakespeare, To be or not to be, that is the question, "Ser natural ou estar normal, eis a questão". A ideia é que não devemos temer o que somos, porém estarmos sempre dispostos a desenvolver o autoconhecimento.

O fato é que nunca devemos tentar ser igual a ninguém: “Vejo muitas pessoas assumindo atitudes de outras que consideram como referências, sejam elas boas ou ruins”. É inoportuno tentar ser sensível se não for, amigo senão for, agradável se não for, feliz se não estiver... Uma hora ou outra tudo vai se revelar de maneira espontânea.  Costumamos denominar essa ação de revelação da natureza da pessoa - isso significa agir da forma vista no seu comportamento, deixando de lado o autocontrole.

Robert Wong fala que não dá para ser normal nem natural o tempo todo, mas quanto mais natural você for, melhor. Portanto, quando respeita e se integra às leis da natureza está sendo natural; quando aceita as normas sociais é normal. "Combine seu jeito natural com o normal de forma equilibrada e amplie seu poder e influência", aconselha Robert.

Acredito que algo faz o ser humano ser assim como ele é, trazendo para tal a essência. O ser humano possui ações metaforizadas na água que modifica sua forma, porém a sua essência não se modifica nunca. Será que podemos mudar comportamentos? O fato é que sempre devemos tentar. A receita seria provocar e instigar no ser humano a forma de pensar, o modo de observar os conceitos, os fatos, a natureza, os comportamentos. Enfim, dá uma chance para os novos pensamentos. O que costumo chamar de abrir a mente e, assim saindo do apego a conceitos absolutos individuais ou não.

Indico começar com a politica dos quatro 4R (reduza, reuse, recicle e respeite). Em miúdos seria a politica de valorizar o que a natureza nos doou, respeitando a vida, os animais, as plantas e o que nutre o nosso físico e a alma, não desperdiçar alimento, roupa e, principalmente tempo, tomando irresponsavelmente o tempo dos outros com "conversa mole".

Se mudarmos nossos pensamentos, poderemos potencializar tudo ao nosso redor e influenciar positivamente para que outras pessoas também possam melhorar os comportamentos e, assim refletirem ao redor de si.

REFERÊNCIAS:
CORTELLA, M. S. Qual a tua obra? 6.ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2007.
WONG, Robert. O sucesso está no equilíbrio. 9.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.


[1] Política denomina arte ou ciência da organização, direção e administração de nações ou Estados; aplicação desta arte aos negócios internos da nação (política interna) ou aos negócios externos (política externa). Nos regimes democráticos,a ciência política é a atividade dos cidadãos que se ocupam dos assuntos públicos com seu voto ou com sua militância.

[2] Em filosofia, o autoconhecimento ou conhecimento de si é ou um objeto de investigação epistemológica ou é a finalidade de uma busca de natureza ética. Quando visto como objeto da investigação epistemológica, o que se busca é a explicação de como e o que é conhecido. Quando visto como projeto ético, o que se busca é a realização de algo que leve o sujeito a ser mestre de si mesmo e, consequentemente, um ser humano melhor. O autoconhecimento algumas vezes é obtido através da meditação, que é uma prática oriunda da ioga, e da psicoterapia (como a psicanálise, entre outras).

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

VOCÊ SABIA QUE....


O maior produtor de oxigênio são os oceanos e mares em virtude das algas serem grandes e produtoras de oxigênio?

A unha da mão cresce 4x mais do que a unha do pé?

A matéria prima do chocolate é o cacau brasileiro, que em conjunto com o leite saudável dos Alpes Suíços, produz o melhor chocolate do mundo?

Um prato de feijoada leva de 6 a 8 horas para ser digerido?

O músculo mais forte do corpo humano é a língua?

Uma pessoa normal tem de 120 a 150 mil fios de cabelo na cabeça?

40 mil garrafas e latinhas de Coca-Cola são vendidas no mundo por segundo?

4% da riqueza do mundo é o suficiente para saciar as necessidades básicas do mundo?

Alguns insetos conseguem viver até um ano sem a cabeça?

O "quac" de um pato não faz eco, e ninguém ainda sabe explicar porquê?

Antes da II Guerra Mundial, a lista telefônica de Nova Iorque tinha 22 Hitlers, e depois dela não tinha mais nenhum?

Os glóbulos vermelhos são as únicas células sem núcleo do nosso organismo?

13 segundos é o recorde de tempo de voo de uma galinha

O crocodilo não consegue pôr a língua para fora?

É possível fazer uma vaca subir escadas mas é impossível fazê-la descer? 

O orgasmo do porco dura 30 minutos?

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Inteligência tem um código



Por: Fábio Freire


As formas como agimos nos impressionam pelas quantidades e diversidades. São atitudes que fogem o controle da lógica baseadas em ações progressivas e, por diversas vezes espontâneas. Que tipo de estrutura nos faz ser criativos, solidários, generosos, cativantes e saturados de prazer?


Por que tem pessoas que se tornam arrojados, debatedores de ideias e construtores de conhecimento? Outros, embora tirem excelentes notas escolares, não os interpretam, e tornam-se medrosos e fracos, apenas repetidores de ideias?


É unanimidade que para ter excelência no que se faz é preciso praticar, repetir e muitas vezes chegar à exaustão. Todas as vezes que se busca competitividade, precisa-se repetir uma ação buscando sempre a perfeição. Parece uma neurose, o ser humano sempre busca ser o melhor no que exerce. O treinamento é baseado em repetições. É fato que essa idéia permeia todos os setores. Na época da aplicação da nanotecnologia e da biotecnologia, a era do treinamento é o foco. Treina-se para praticar esportes, andar em veículos automotores, aprender a calcular e escrever, manusear um computador, operar máquinas. Treina-se para manusear e criar programas, criar e elaborar projetos, melhorar o vigor físico, comandar exércitos de guerra. É treinando que se tornar o melhor apreciador de vinho, o melhor observador da qualidade dos produtos... 


O ser humano aprendeu a atuar no teatro social com brilho, mas não no teatro psíquico, onde é preciso filtrar estímulos estressantes, gerir seus pensamentos, proteger sua emoção. Somos tímidos espectadores onde deveríamos ser ágeis atores.
No dia-a-dia, a mente pensa tolices, a emoção dá crédito a elas e o eu ingênuo, que não aprendeu a decifrar os códigos da inteligência, paga a conta por não saber filtrar os pensamentos. A vida tão bela se torna, assim, uma fonte de angústias. Decifrar os códigos da inteligência não é um luxo intelectual, mas uma necessidade psíquica vital! (CURY, 2008).
 

Mas a humanidade esqueceu-se de exercitar a excelência que está no nosso corpo, o cérebro. O mecanismo mais complexo já observado. O maior sistema de telecomunicação já criado. Quando tudo parecia ser exato na era do treinamento. É percebível que cometemos um erro ridículo. Esquecemos de entender os códigos que existem no nosso cérebro.


Entretanto, quando tudo parecia perfeito na era do treinamento, eis que ao olhar para as mazelas psíquicas e sociais das sociedades modernas constatamos que cometemos um gravíssimo erro histórico.
Esquecemos de realizar o mais importante treinamento, o treinamento para decifrar e aplicar os códigos da inteligência. Sem eles não podemos desenvolver nosso imaginário, nossa capacidade de superação das intempéries e nossas potencialidades intelectuais (CURY, 2008). 


Nas nossas vidas existe o código de defesa do consumidor, civil, penal, segurança nos cartões de créditos, postal, barras, ética, genético, ambiental e, entre outros. E o cérebro não precisa de código? Código é definido no dicionário como um conjunto de leis, regras e preceitos para determinado fim. Como qualquer outro setor, no cérebro também é preciso entender e estabelecer padrões. 


Segundo o psicólogo Augusto Cury[1], os códigos da inteligência são capazes de estimular as pessoas a libertar sua criatividade, expandir a arte de pensar, desenvolver a saúde psíquica e excelência profissional. Pessoas que decifram plenamente alguns destes códigos saem do rol dos comuns e se destacam na vida social, profissional ou acadêmica. CURY chama códigos às funções da inteligência porque diz que não basta admirá-los nem entendê-los logicamente. É preciso decifrá-los intimamente, desvendar os seus segredos, ter disciplina e treinar para assimilá-los.


Muitas vezes acordamos fatigados, sem energia, com emoções fóbicas, apreensivas, parece que a janela da memória não está aberta. Sem espaço para emoções prazerosas, serenas, desafiadoras. Segundo o psicólogo, resolveremos esses problemas fazendo uma seletividade da memória objetiva protegendo assim, nossa mente contra o congestionamento de pensamentos e imagens mentais e idéias. Ele cita que o ser humano utiliza a memória exaustivamente. Pensando e desgastando excessivamente. 


Todos esses sintomas são gerados pelas armadilhas providas na mente humana. Para ele as armadilhas da mente bloqueiam a capacidade de decifrar os códigos da inteligência e são construídas ao longo do processo de formação da personalidade humana. São elas: 


·     O conformismo: É a arte de não reagir e de aceitar passivamente as dificuldades. O conformista é inerte e mentalmente preguiçoso na área em que se considera incapaz e acredita que tudo é obra do destino. 


·     O coitadismo: É o conformismo potencializado, a arte de ter compaixão de si mesmo. O coitadista espera sempre que os outros o encorajem, lhe digam coisas positivas. Pode ser ótimo com os outros, mas em geral se auto-abandona, não cuida de si. 


·     O medo de reconhecer os erros: É o medo inconsciente de se assumir como ser humano, com defeitos, fragilidades e incoerências. Sabemos que errar é humano, mas insistimos em sermos deuses. 


·     O medo de correr riscos: Bloqueia a ousadia, a liberdade. É impossível eliminar todos os riscos. A existência em si já é um contrato de risco. Todas as grandes conquistas são frutos de ações com risco.


Esses códigos são capazes tanto de estimular jovens e adultos a libertar a criatividade, expandir a arte de pensar, desenvolver saúde psíquica e a excelência profissional, como também, criar as armadilhas da mente que facilmente caímos e que podem bloquear a inteligência.
O cérebro é responsável direto pela gestão das nossas ações: a intuição criativa, a autocrítica, o altruísmo (ser solidário), a resiliência (superação de crises). 


Entender como o cérebro atua e, portanto tornar gestor do intelecto para treinar os mecanismos atuantes é aprimorar a qualidade da vida, assim como as outras áreas do corpo precisam ser treinadas e exercitadas, nosso cérebro também necessita ser ativado. E, assim usufruir do potencial existente na “máquina” mais complexa já vista no universo. Ricos e miseráveis, psiquiatras e pacientes, líderes empresariais e liderados, não têm, por melhor que sejam, um potencial psíquico global contraído por não decifrar plenamente os códigos da inteligência.

 
REFERÊNCIAS:


CURY, Augusto. O código da Inteligência. Ediouro: Rio de Janeiro, 2008.



[1] Autor do livro O código da inteligência: é um livro que descreve de maneira instigante, inteligente e, o mais importante, simplificada o complexo processo de formação de pensadores. Neste livro, o autor indaga: “Em que espaço se ensina a decifrar o código do filtro dos estímulos estressantes? Onde se educa a capacidade do eu como gestor psíquico? Em que instituição se aprende o código da resiliência para superar adversidades. E o código do altruísmo e da intuição criativa, onde são decifrados?” E ainda afirma: “Somos uma sociedade doente que tem formado pessoas doentes”.


domingo, 14 de agosto de 2011

FELICIDADE...




Por Fábio Freire

Estava eu, mero expectador esporádico da TV globo, quando vi o chamado para um filme anunciando a sessão tela quente, logo após a novela das oito às segundas-feiras. Em busca da felicidade era o nome do filme. Na minha mente veio instantaneamente o questionamento: felicidade existe? O que é preciso para ser feliz? Que mecanismos são fundamentais para preencher os vazios das nossas vidas e, assim, trazer a felicidade?

O filme retrata um drama baseado em fatos reais de um pai (homem de ferro) que faz o possível e o impossível para cuidar de sua família, mas nunca possui o dinheiro necessário para isso. Com tantas dificuldades, Chris Gardner, interpretado por Will Smith, vive uma frustação, pois sua esposa não suporta a situação e o abandona. Chris, mesmo passando por muitos problemas, não deixa que sua esposa leve seu filho de cinco anos Christopher atuado por Jaden Smith e fica com ele. Mesmo com todas as adversidades e sem ter dinheiro em casa, ele não desanima e seu único objetivo é cuidar do seu filho. O filme cheio de emoções representa uma pessoa que passou por tantos problemas da modernidade e venceu. Incrível o filme!

Voltando para realidade, a problemática da felicidade está intrínseca ao ser humano e a busca pela sensação de bem estar será eterna. Muitas vezes exerce a função de potencializar a vida (motivação), outras vezes o fator psicológico que mais perturba (enfraquece o ser) quando se torna uma psicose.

Pessoas buscam a felicidade pelo mecanismo do vício e, assim, entorpece o organismo de substâncias químicas (bebida, cigarro, drogas e mais drogas) que não trazem a felicidade embrulhada como presente. Pelo contrário, além de degradar o corpo e a mente, retira as poucas esperanças que se têm guardadas para encontrar momentos de felicidade.  

Para outras, felicidade é adquirir bens, imóveis, serviços, produtos eletrônicos, dinheiro... 

No mundo consumista em que vivemos, as inovações tecnológicas estão cada vez mais visadas pela sociedade moderna. TV LED 3D de 52 polegadas, IPAD, Notebook core não sei das quantas (I3, I5 ou I7), celulares modernos que parecem computadores, carros tecnológicos de última geração, são alguns componentes desejados pelos consumidores. 

O consumismo está não apenas em materiais eletroeletrônicos (objetos), mas também nos padrões a que o ser humano está aprisionado. O Brasil é o segundo país do mundo em realizações de cirurgias plásticas. Os famosos padrões que fazem as pessoas muito bonitas não se sentirem suficientemente bonitas (escravos dos padrões). As pessoas procuram ser arianas, altas, com nariz afilado, seios grandes, bombados, um conceito nazista de ser, aspirando a equiparar os seus corpos aos vários modelos impostos pelos padrões da sociedade vigente. Você já se perguntou por que a pessoa dita bonita e desejável deve ser aquela que se rotulou como tal? Mas, quem rotula? Profissionais da moda? Críticos de cinema? Quem? Vem cá, estamos mesmo precisando disso para sermos felizes? 

Cada vez mais me contraponho à famosa frase, cunhada e imortalizada por Vinícius de Morais, “As feias que me perdoem, mas beleza é fundamental”. Ponho-me a questionar até que ponto a beleza exterior continua sendo a principal chama da atração pessoal. Onde está a essência do ser humano? Afinal de contas, existem ou não existem muitas pessoas que, apesar de baixinhas, gordinhas ou magrelas, dentuças ou narigudas, são absurdamente sedutoras e irradiam um forte magnetismo? 

Ainda bem que existe o Shrek (reinado dos gordos e carecas simbolizando as pessoas que não fazem parte dos padrões). A beleza sofre transformações com o passar das épocas. Era belo naquela época...

Em minha opinião “ser feliz é fazer o que gosta”. Em se falando de plenitude, poderia definir felicidade citando o seu oposto mais forte, a tristeza; ou mesmo, com a frase “felicidade é indefinível e ainda seria mais difícil ainda medir esta”. Mas no conceito mais emotivo e levando para prática, posso dizer que ser feliz é atingir o máximo de prazer ao doar-se com amor, carinho, entrega da alma aos amigos e familiares (abraços, beijos, palavras de motivações, afeto, afago, amor...); é sentir-se bem em resolver problemas de outrem (ser ativo); é ter autoconfiança (entender que viemos ao mundo para impactar pelas boas ações); é dar um simples bom dia, boa tarde ou boa noite às pessoas que fazem parte do nosso dia (do gari ao diretor de sua instituição de trabalho); é ter a saúde na sua plenitude; é sair desses mercados consumistas em que vivemos que só segregam nossos sentimentos (uma busca desenfreada pela inovação que entorpece e causa depressão) e viver de forma simples; é ter um lar para família por mais simples que seja (é seu); é sorrir das dificuldades e nunca parar de lutar.

Agora, não podemos ser hipócritas em dizer que o ser humano não possui desejos. Eles existem e são dominadores, fortes. O mercado consumista adora catalisar nossas vontades atacando no calcanhar de Aquiles do consumidor. E o pior, não atiram com flechas como faziam antigamente. São armas pesadas  com grosso calibre e última geração. As propagandas impostas pelos mercadores são de fazer milagre, prometem causar rupturas (melhorias circunstanciais imediatas) entre o antes e o depois de adquirir os produtos. 

E outra, possuir produtos tecnologicamente inovadores massageia o ego, além de causar conforto físico e bem estar psicológico. “Tenho produtos de última tecnologia conta aos amigos quando compra”. Às vezes nem precisa, compra pelo simples fato de elevar o poder. Bela coisa!

Enfim, os vazios vão se alargando e a felicidade não vem. Até quando o homem vai continuar buscando felicidade onde a felicidade não existe? Ser feliz é está bem consigo mesmo, é usar a tal psicologia positiva fazendo nascer no interior a felicidade com emoções e atividades positivas. 

Para concluir, uso a fala de Dalai Lama “Pouco importa o julgamento dos outros. Os seres são tão contraditórios que é impossível atender às suas demandas, satisfazê-los. Tenha em mente simplesmente ser autêntico e verdadeiro... Portanto, hoje é o dia certo para amar, acreditar, ser feliz, fazer e principalmente viver”. 

Seja feliz, eu também não desisto nunca!

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O papel do tecnólogo na sociedade.


Por: Fábio Freire

Quando cursamos o ensino médio, a dúvida perdura pelos nossos pensamentos, enfrentar o vestibular é um desafio que causa ebulição nas nossas emoções. Será que consigo passar no vestibular? Vou trabalhar em quê? O que eu quero para minha vida? Será que estou escolhendo o curso certo? Vai ter mercado? Curso de engenharia, licenciatura, técnico ou tecnológico? E agora o que vai ser da minha vida? Perguntas como estas são frequentes no cotidiano dos futuros universitários.

Ingressar na universidade é um desafio que se inicia na escolha do curso (futura profissão do discente). É um momento muito importante nas nossas vidas, onde será decidido a formação e o tipo de qualificação que o profissional irá receber durante o curso de graduação. Escolha mal estruturada significa formação depreciada. Além, do tempo perdido na formação do curso dos seus sonhos.

O fator renda que significantemente nos perturbam na decisão, não deve ser o fator preponderante. Antes de tudo deve-se cursar a profissão que tiver mais afinidade, que esteja na alma. Afinal vai perdurar por toda a vida.

O ensino técnico ou ensino técnico-profissional constitui uma modalidade de ensino vocacional, orientada para a rápida integração do aluno no mercado de trabalho, com caraterísticas específicas que podem variar conforme o país e o seu sistema educativo. No Brasil, o ensino técnico é voltado para estudantes de ensino médio ou pessoas que já possuam este nível de instrução. Pode ser realizado por qualquer instituição de ensino com autorização prévia das secretarias estaduais de educação. Seria um nível intermediário entre o ensino médio e o ensino superior.

No Brasil, a licenciatura habilita seu titular a ser professor em escolas de ensino infantil, ensino fundamental e ensino médio. As Universidades do Brasil oferecem licenciaturas nas áreas de Física, Química, Psicologia, Letras, Biologia, Educação Física, Sociologia, Ciências Naturais, Português, Filosofia, Matemática, Geografia, História e Pedagogia. O licenciado, assim como o Bacharel, pode ser professor em universidades, na categoria de professor auxiliar, mas a atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação dificulta tal atividade uma vez que priorizam docentes com Mestrado, Doutorado, Pós Doutorado ou Livre Docência.

A engenharia é a ciência e a profissão de adquirir e de aplicar os conhecimentos matemáticos, técnicos e científicos na criação, aperfeiçoamento e implementação de utilidades, tais como materiais, estruturas, máquinas, aparelhos, sistemas ou processos, que realizem uma determinada função ou objetivo. Nos processos de criação, aperfeiçoamento e implementação, a engenharia conjuga os vários conhecimentos especializados no sentido de viabilizar as utilidades, tendo em conta a sociedade, a técnica, a economia e o meio ambiente. A engenharia é uma ciência bastante abrangente que engloba uma série de ramos mais especializados, cada qual com uma ênfase mais específica em determinados campos de aplicação e em determinados tipos de tecnologia.

No Brasil, tecnólogo é o profissional de nível superior formado em um curso superior de tecnologia. Essa modalidade de graduação visa formar profissionais para atender campos específicos do mercado de trabalho. Seu formato, portanto, é mais compacto, com duração média menor que a dos cursos de graduação tradicionais. Por ser um profissional de nível superior, os tecnólogos podem dar continuidade a seus estudos cursando a pós-graduação Stricto Sensu (Mestrado e Doutorado) e Lato Sensu (Especialização). 

A designação atual da profissão foi estabelecida pelo Decreto 2.208 de 17 de abril de 1997 (revogado pelo Decreto 5.154 de 23 de julho de 2004). Entretanto, o formado em curso de graduação superior em tecnologia nem sempre é aceito em concursos públicos, como em algumas grandes empresas (Petrobras e seus fornecedores, por exemplo) ao exigirem bacharelado ou engenharia. Em muitos países os tecnologistas são sinônimos quando referenciados a cientistas ou a engenheiros. Em outros, porém, existe distinção estabelecida através de leis e apenas pessoas que tenham sido graduadas e/ou tenham trabalhado neste campo podem receber este título.

Eu poderia ter escolhido o curso de licenciatura, engenharia, bacharelado, curso técnico,... ou qualquer outra área do conhecimento..., mas mesmo sabendo a importância que cada uma exerce na sociedade, eu escolhi ser tecnólogo. 

Em minha opinião ter o curso superior de tecnologia é está inserido em uma das principais respostas do setor educacional às necessidades e demandas da sociedade brasileira; uma vez que o progresso tecnológico vem causando profundas alterações nos modos de produção, na distribuição da força e na qualificação do trabalho.

Ser tecnólogo é aplicar a ciência inovando métodos; é estar capacitado para o desenvolvimento de competências profissionais que se traduzam na aplicação, no desenvolvimento (pesquisa aplicada e inovação tecnológica) e na difusão de tecnologias, na gestão de processos de produção de bens e serviços e na criação de condições para articular, mobilizar e colocar em ação conhecimentos, habilidades, valores e atitudes para responder, de forma original e criativa, com eficiência e eficácia, aos desafios e requerimentos do mundo do trabalho.

Ser tecnólogo é ampliar capacidades profissionais que permitam tanto a correta utilização e aplicação da tecnologia e o desenvolvimento de novas aplicações ou adaptação em novas situações profissionais, quanto o entendimento das implicações decorrentes de suas relações com o processo produtivo: a pessoa humana e a sociedade. 

Ser tecnólogo é estabelecer uma avaliação prospectiva baseada no princípio da prevenção e que contemple, além dos aspectos técnicos e financeiros, a necessidade inadiável de superar a situação das desigualdades humanas e os processos de deteriorações do meio ambiente e da biodiversidade.

Ser tecnólogo é batalhar a favor do conhecimento, da pesquisa e da extensão, olhando sempre o progresso da humanidade e, entendendo que a competitividade contribui para o crescimento econômico da sociedade. Consequentemente, a competitividade é erigida em valor supremo da vida social, como se fosse uma lei da natureza imanente à espécie humana.

Ser tecnólogo é entender que ciência e tecnologia observam as importâncias da ética e são politicamente neutras. É não despir-se das posições sociais e dos valores da moralidade. 

Ser tecnólogo é ter cidadania, amor ao próximo; é não cessar a esperança em tornar a humanidade feliz; é contribuir sem medir esforços com o crescimento social, cultural, afetivo, cognitivo e psicológico das outras pessoas; é buscar uma sociedade igualitária; é gostar de se sentir útil e ativo; é não querer levar vantagem em cima dos outros, entendendo que o universo é para todos. 

Ser tecnólogo é perceber que as novas tecnologias apresentam diversos prós e contras com relação à sociedade. O tecnólogo não pode deixar de observar um lado sombrio e perverso que se esconde por trás deste maravilhoso avanço tecnológico, conhecendo o lado que contribui com a segregação do homem (a retirada do homem do processo).

Ser tecnólogo é olhar o ser humano como fruto da existência, fazendo-o a causa primeira, em todas as situações com espirito de coletividade. Além disso, é ser sincero consigo mesmo, nivelando as próprias ações como se fosse para si.

Só haverá benefícios em ser tecnólogo quando seus conhecimentos forem usados para elevar o nível de bem-estar coletivo e, assim combatendo as adversidades de suas populações.

Enfim, ser tecnólogo é ser feliz e fazer as pessoas também felizes, como diria o cientista Albert Einstein: A palavra progresso não tem nenhum sentido enquanto ainda existirem crianças (pessoas) infelizes”. Seja também um tecnólogo...